Um tapinha não dói! (Sobre a lei das palmadas)

Entendo quando as pessoas postam em redes sociais, que no Brasil humoristas são levados a sério e políticos são levados na brincadeira! (caso Rafinha Bastos)
Afinal, onde já se viu tramitar no congresso uma lei dessa? De acordo com a lei os pais ficam proibidos de dar tapinhas para corrigir seus filhos. Sou um sério defensor, não das tapinhas, e sim das famosas “pisas” de cinturão e de sandália. Não tenho vergonha alguma em dizer que levei pisas “homéricas” por ser malcriado.
O problema das correções com palmadas está na hipocrisia e na falta do diálogo! Meus pais sempre usaram o recurso da tapinha, mas sempre acompanhado de um diálogo (e dos grandes) me dizendo porque eu estava errado e porque eu havia apanhado (explicando até a intensidade da força utilizada). No meu caso, era filho de pastor de igreja evangélica, consequentemente tinha que “andar na linha”. Acontece que os pais muitas vezes tem uma vida problemática, seja por traumas de infância, vida sexual ou profissional complicada e muitos outros problemas. Muitas vezes os pais querem corrigir os filhos quando estes apresentam o mesmo comportamento que eles tiveram quando tinham a mesma idade e apenas reproduzem o que seus pais fizeram com eles sem um mínimo de reflexão. Se esses pais refletissem, passariam mais tempo orientando seus filhos a respeito de suas dúvidas e problemas, afinal como diz o ditado, melhor prevenir que remediar. Não quero aqui dizer como educar o filho de ninguém, apenas pretendo argumentar a respeito das conseqüências dessa lei. Os argumentos de quem é a favor da lei até convencem, mas não se engane, as conseqüências dessa mudança de paradigma são as piores possíveis. Imagine o governo acobertando uma criança durante um processo contra seus pais por ter levado um beliscão na frente de seus colegas e se sentir constrangida (não se espante, as crianças de hoje são capazes de tudo!) Pior ainda, um filho pedindo uma indenização milionária por cada pisa recebida de seus pais. Sinceramente, porque ao invés de manipular a principal instituição da nossa cultura, a família, não se usa esse tempo e dinheiro com psicólogos em escolas que sejam capazes de perceber quando uma criança está realmente sofrendo abusos de autoridade por parte de seus pais. Vendo uma lei dessas me dá até saudade da adrenalina de ver minha mãe gritando meu nome com uma sandália na mão gritando aos quatro ventos: – Peraí que eu lhe pego seu Cabra!!!

– E tem mais Desmanche essa cara feia!

Guilherme Finelon

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