Amar ou não, eis a questão!

Vivemos dias de sentimentos aflorados. As vezes esse sentimento é platônico, as vezes é correspondido, as vezes é proibido, mas sempre compartilhado. Nada de serenatas, jantares a luz de velas, a palavra de ordem é “compartilhamento de amores”. E é na internet que se encontram as mais diversas formas e expressões do nobre sentimento. Encontramos os mais diversos personagem de filmes românticos, dos bobinhos aos vilões, também os pervertidos, os desesperados, os ciumentos, os rancorosos, cada um com sua forma de amar. Raridade encontrar esse que seja simplesmente discreto em sua forma de amar. A internet é na prática o eros, o agape, o filo.

Nada contra todo esse compartilhamento, faço apenas uma ressalva. Com tantos poetas e poetizas, onde estão os “camões” e os “shakespeares”, da grande rede?
O amor é talvez a mais bela das emoções humanas, está em constante mudança e evolução, mesmo se tratando do mesmo e antigo tema. Sinto falta desses criativos e originais “artistas do amor”, as vezes acho que o compartilhamento deixa o amor preguiçoso. Sim, Preguiçoso! Pensamentos antigos e modernos sobre o amor, mas nada novo! Nem todos tem tempo e coragem para inovar, mas, para aqueles que tem, tenho uma ideia: Reinventem o AMOR! Um sentimento tão bonito, não pode ficar restrito a apenas alguns pensadores e especialistas na linguagem do amor. Todos temos a capacidade de demonstrar o amor de diversas formas, portanto, amem e compartilhem. Talvez seu amor seja exatamente igual ao de seu amigo ou colega, mas suas palavras são diferentes! Portanto, inspirem-se, mudem, reconstruam como quiserem, mas não deixem o nosso querido amor sentar no sofá todos os dias para assistir os mesmos programas, ler os mesmo livros e conversar com as mesmas pessoas, enfim, cair na rotina.
Guilherme Finelon

Um tapinha não dói! (Sobre a lei das palmadas)

Entendo quando as pessoas postam em redes sociais, que no Brasil humoristas são levados a sério e políticos são levados na brincadeira! (caso Rafinha Bastos)
Afinal, onde já se viu tramitar no congresso uma lei dessa? De acordo com a lei os pais ficam proibidos de dar tapinhas para corrigir seus filhos. Sou um sério defensor, não das tapinhas, e sim das famosas “pisas” de cinturão e de sandália. Não tenho vergonha alguma em dizer que levei pisas “homéricas” por ser malcriado.
O problema das correções com palmadas está na hipocrisia e na falta do diálogo! Meus pais sempre usaram o recurso da tapinha, mas sempre acompanhado de um diálogo (e dos grandes) me dizendo porque eu estava errado e porque eu havia apanhado (explicando até a intensidade da força utilizada). No meu caso, era filho de pastor de igreja evangélica, consequentemente tinha que “andar na linha”. Acontece que os pais muitas vezes tem uma vida problemática, seja por traumas de infância, vida sexual ou profissional complicada e muitos outros problemas. Muitas vezes os pais querem corrigir os filhos quando estes apresentam o mesmo comportamento que eles tiveram quando tinham a mesma idade e apenas reproduzem o que seus pais fizeram com eles sem um mínimo de reflexão. Se esses pais refletissem, passariam mais tempo orientando seus filhos a respeito de suas dúvidas e problemas, afinal como diz o ditado, melhor prevenir que remediar. Não quero aqui dizer como educar o filho de ninguém, apenas pretendo argumentar a respeito das conseqüências dessa lei. Os argumentos de quem é a favor da lei até convencem, mas não se engane, as conseqüências dessa mudança de paradigma são as piores possíveis. Imagine o governo acobertando uma criança durante um processo contra seus pais por ter levado um beliscão na frente de seus colegas e se sentir constrangida (não se espante, as crianças de hoje são capazes de tudo!) Pior ainda, um filho pedindo uma indenização milionária por cada pisa recebida de seus pais. Sinceramente, porque ao invés de manipular a principal instituição da nossa cultura, a família, não se usa esse tempo e dinheiro com psicólogos em escolas que sejam capazes de perceber quando uma criança está realmente sofrendo abusos de autoridade por parte de seus pais. Vendo uma lei dessas me dá até saudade da adrenalina de ver minha mãe gritando meu nome com uma sandália na mão gritando aos quatro ventos: – Peraí que eu lhe pego seu Cabra!!!

– E tem mais Desmanche essa cara feia!

Guilherme Finelon

Estranha Tradição

Certa vez numa terra não muito distante, empregadas domésticas estavam em “extinção” devido ao grande número de novos empregos existentes neste lugar. Mas uma delas estava fazendo um trabalho árduo num grande local com pratos e torres arquitetônicos. A antiga diarista não havia feito seu trabalho direito e havia deixado muita sujeira debaixo do tapete. Pobre empregada, mais uma simples trabalhadora que leva a culpa por atos irresponsáveis de antigos empregados. Quanto mais a moça limpava mais sujeira saia, o que levou a coitada a fazer uma limpeza pesada estragando assim suas delicadas mãos.
Certo dia a empregada antiga chegou à casa de seus antigos patrões e percebeu a grande diferença na limpeza e organização do lugar, cada coisa estava em seu devido lugar, cada um em sua função sem atrapalhar todo o ambiente.  A velha senhora foi logo tratando de encontrar a nova governanta da casa e decidiu dar-lhes alguns conselhos:

-Moça, parabéns pelo trabalho que exerceu todos estes dias, vejo que és uma grande profissional, no entanto, devo alertá-la a seguinte questão. Da mesma forma que você, quando cheguei a essa casa encontrei uma verdadeira bagunça, sujeira em baixo dos panos, movéis se estragando e uma terrível odor de mofo. Decidi então organizar tudo, naquele tempo ainda era moça, fiz uma limpeza jamais vista nessa casa. Quando os patrões perceberam as mudanças, vieram conversar comigo e além de me dar uma bronca imensa pela limpeza e organização me ameaçaram de demissão, pois, segundo eles as coisas estavam em ordem e eu as desorganizei. Na época não entendi muito bem, mas, tratei de bagunçar tudo de novo, afinal de contas precisava do emprego, eram tempos difíceis. Só depois entendi que aquelas coisas em seus locais não podiam ser mexidas, pois, abalavam a estrutura da casa. Passei então anos e anos, deixando a poeira acumular e realizando apenas limpezas de rotina por onde meus patrões passavam. Percebi com isso uma forte auto-estima por parte de meus patrões, e estranhamente decidi investir nisso, deu resultado, meus patrões aumentaram meu salário e me aposentaram com dignidade. O conselho que te dou é simples: deixe as coisas como estão, não se preocupe se as casas dos seus vizinhos estiverem arrumadas você terá seu trabalho reconhecido tanto aqui como lá fora, apenas nunca se esqueça de uma coisa, ao limpar uma gaveta do móvel diga a todos que o limpou por inteiro e todos ficarão satisfeitos.

A moça relutou em aceitar, mas ao perceber as reclamações dos patrões e previamente alertada pela antiga empregada do recinto tratou logo de bagunçar tudo. Da mesma maneira que a antiga empregada a moça teve seu trabalho reconhecido e viveu uma verdadeira lua-de-mel de paz e tranquilidade com seus patrões, e assim aconteceu com todas as moças que foram trabalhar naquela casa, não se sabe como mas a casa resistiu ao tempo e continua de pé até hoje seguindo sua tradição de desorganização.

Talvez Amy

AVISO:
O texto abaixo foi escrito uma semana após a morte da cantora Amy Winehouse.
Decidi publicá-lo por acreditar ser um texto interessante de minha autoria.

Ok, falemos do assunto mais comentado da semana, sim, Amy. Podemos começar com a grande coincidência de ter morrido aos 27, como grandes como Cobain e Hendrix, poderíamos também falar de suas overdoses, mas não, vamos mais a fundo, na voz da sociedade pós-moderna. A imprensa. Sim, ela que a tudo vê e a tudo escuta, ela que tanto a criticou agora faz de sua morte uma tragédia. Interessante perceber que a principal lacuna deixada por Amy além de outras coisas é sua vida exposta na mídia. Acredito que os repórteres estão como ela diria “back to black” que em uma tradução livre poderia ser “de luto”. Sim, a imprensa está de luto (por incrível que pareça)!

Não é fácil encontrar por aí outra Amy, vivia cercada por câmeras e parecia alimentar-se disso, e não se engane a imprensa também se alimentava dela (literalmente), é de perder as contas as vezes que ela foi flagrada em atitudes constrangedoras. A tríade fama, dinheiro e poder faz mais uma vítima.
A grande questão é como sobreviver a força dessa tríade maldita, a qual todo ser humano almeja? Amy certamente não sabia dessa resposta, e encontrou nas drogas e na fama seu único refúgio desse trio inconsequente. Nem todos estão preparados para sobreviver a essa tríade. Muitos se entregam e fazem dela sua vida, sem perceber a beleza de um simples copo de vinho, recheado de boas conversas e uma pitada de malícia. Amy, uma típica inglesa do mundo moderno não conhecia a beleza de ter uma família, bons amigos, muito menos a beleza do simples, mas belo ato de experimentar a vida sem se embriagar. A imprensa não se interessa por isso, a embriaguez do mundo moderno é tão mais interessante…

Será que a evolução de nossa sociedade deve se basear na informação? Talvez sim, talvez não…

Guilherme Finelon

ALFA

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