sobre BBB, Novela das 8 e Espelhos

Imagem

NÃO será mais um artigo malhando o BBB e suas “semvergonhices”! 

Pelo contrário, vejo até um lado pedagógico na eterna futilidade do programa.
Hipocrisia é o nome que dou aos que “queimam” o BBB como se fosse só um programa inútil, pobre e desprovidos de valores morais. Na verdade o BBB não passa de um modelo de sociedade disfarçado de entretenimento.
Lá, cultua-se a beleza, ensina-se a mudança de valores em troca de “valore$” e a testa-se resistência em troca de cargos de liderança. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência e se a carapuça serve, tenta uma vaguinha lá. É um emprego como qualquer outro.
Vejamos o caso da novela das oito, traição em tempo real, quebras de paradigmas sexuais, golpes do baú, violência explícita, formação de quadrilha, sequestros e abandono de menores. É Wolf, diria até que o BBB está até mais light.
A questão não é a futilidade, a inutilidade e a falta dos valores morais presentes no programa/novela, a questão são os espelhos!

Não falo dos inúmeros espelhos presentes na “casamaisvigiadadoBrasil” e sim dos reflexos de sociedade doentia expostos com a clareza de lentes infra-vermelho e microfones indiscretos em cada canto da casa. Espelhos deveriam servir para corrigir imperfeições existentes, no entanto, pode também ser usado para refletir imagens distorcidas da realidade de um país que possui valores em transição e supervaloriza pessoas competitivas.
Não questiono as frivolidades do programa, minha crítica é apenas o formato único de sociedade que é ensinado lá dentro, de pessoas estereotipadas (gostosas, sarados, homossexuais). Penso que pela filosofia do programa, o BBB poderia ter uma diversidade maior de indivíduos de diferentes classes, idades e estilos de vida. Afinal de contas, de Big Brothers da vida real já estamos cheios.